O que são os animais de hábitos noturnos?
Animais de hábitos noturnos são aqueles que apresentam maior atividade durante o período noturno, permanecendo inativos ou em repouso durante o dia. Essa adaptação comportamental está ligada a fatores como a busca por alimento, a fuga de predadores, a regulação da temperatura corporal e a otimização do uso de sentidos mais desenvolvidos na escuridão. Em ecossistemas variados, desde florestas tropicais até desertos, esses animais desempenham papéis ecológicos fundamentais, influenciando cadeias alimentares e processos reprodutivos.
Características dos animais de hábitos noturnos:
- Visão adaptada à baixa luminosidade: muitos possuem olhos grandes e sensíveis, com pupilas capazes de se dilatar bastante, aumentando a captação de luz.
- Audição aguçada: a capacidade auditiva é altamente desenvolvida, permitindo detectar sons sutis à distância, essenciais para caça ou defesa.
- Olfato sensível: em diversas espécies, o olfato substitui a visão como principal sentido de orientação e detecção de presas.
- Camuflagem e coloração discreta: a pelagem, plumagem ou escamas costumam ter tons escuros ou padrões que se confundem com o ambiente noturno.
- Comportamento silencioso: deslocam-se de forma cautelosa e silenciosa para evitar serem detectados por predadores ou presas.
- Ritmo circadiano diferenciado: o organismo está biologicamente programado para atividades à noite, com padrões hormonais adaptados.
- Adaptação térmica: em regiões quentes, a atividade noturna ajuda a evitar temperaturas extremas do dia.
- Comunicação específica: podem emitir sons ou sinais luminosos, como no caso de alguns insetos, para encontrar parceiros ou afastar rivais.
Exemplos de animais de hábitos noturnos:
Morcego-frugívoro (Artibeus lituratus): espécie de morcego que se alimenta de frutas, auxiliando na dispersão de sementes e na regeneração de florestas.
Gato-doméstico (Felis catus): apesar de adaptado à convivência humana, mantém instintos noturnos, caçando ou explorando o ambiente após o pôr do sol.
Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus): mamífero típico do Cerrado brasileiro, que busca alimento principalmente à noite, incluindo frutos e pequenos animais.
Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris): marsupial onívoro que se desloca na escuridão para procurar frutas, insetos e pequenos vertebrados.
Tarântula (família Theraphosidae): aranha de grande porte que permanece em tocas durante o dia e sai à noite para capturar presas.
Corujinha-do-mato (Megascops choliba): ave pequena e adaptada à caça noturna de insetos e pequenos vertebrados, comum em áreas arborizadas.
Lêmure-de-cauda-anelada (Lemur catta): primata originário de Madagascar, que alterna atividade diurna e noturna, mas aumenta a exploração noturna em busca de alimentos.
Gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus): felino silvestre brasileiro com hábitos predominantemente noturnos, especializado em caça furtiva.
Jaguar (Panthera onca): grande felino das Américas, que prefere caçar durante a noite, utilizando sua força e habilidade furtiva para capturar presas variadas.
Coruja-das-torres (Tyto furcata): ave de rapina noturna amplamente distribuída, que se alimenta principalmente de roedores e possui voo silencioso para surpreender as presas.
Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla): mamífero insetívoro que, apesar de poder ser visto de dia, apresenta maior atividade noturna, deslocando-se em busca de cupins e formigas.
Corujão-orelhudo (Asio clamator): ave de rapina noturna que utiliza sua audição direcional para localizar presas no escuro.
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Coruja: uma ave de rapina, sendo a maioria das espécies de hábitos noturnos. |
Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.
Atualizado em 15/08/2025