Quais as diferenças entre Anfíbios e Répteis?

 

Definições de anfíbios e répteis


Os anfíbios são vertebrados que apresentam um ciclo de vida caracterizado por uma fase larval aquática e uma fase adulta terrestre, embora muitas espécies mantenham forte vínculo com ambientes úmidos. Sua pele é fina, permeável e desprovida de escamas, o que facilita trocas gasosas e a absorção de água diretamente do ambiente.


Os répteis, por sua vez, são vertebrados adaptados predominantemente à vida terrestre. Eles possuem pele seca, recoberta por escamas ou placas córneas que reduzem a perda de água, permitindo maior independência de ambientes aquáticos. São animais de sangue frio, com diversidade de formas e hábitos, incluindo lagartos, serpentes, tartarugas e crocodilianos.



PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE ANFÍBIOS E RÉPTEIS:

 

1. Respiração


Os anfíbios apresentam respiração cutânea, pulmonar e branquial em diferentes fases da vida. As larvas respiram por brânquias, enquanto os adultos usam pulmões e trocas cutâneas, sendo a pele essencial para a obtenção de oxigênio. Isso os torna dependentes de ambientes úmidos para garantir a respiração cutânea.

Nos répteis, a respiração ocorre exclusivamente por pulmões, mais desenvolvidos e eficientes do que os dos anfíbios. Eles não utilizam a pele como órgão respiratório, já que suas escamas impedem essa função. Essa característica lhes garante maior capacidade de sobrevivência em ambientes áridos e secos.



2. Reprodução


Os anfíbios realizam a reprodução geralmente em ambientes aquáticos ou muito úmidos, depositando ovos sem casca rígida, envoltos apenas por uma membrana gelatinosa, o que os torna vulneráveis à dessecação. O desenvolvimento é indireto, passando por metamorfose, da fase larval até o adulto.

Os répteis apresentam reprodução mais independente da água, com ovos dotados de casca calcária ou coriácea, que protegem o embrião contra a perda de umidade. O desenvolvimento é direto, sem fase larval, e em algumas espécies ocorre até mesmo a viviparidade. Isso amplia sua capacidade de colonizar ambientes diversos.

 

3. Temperatura corporal e comportamento térmico


Os anfíbios, por dependerem de ambientes úmidos e apresentarem pele permeável, são extremamente sensíveis às variações climáticas, buscando locais frescos e úmidos para evitar a desidratação. Seu controle térmico é mais limitado, o que restringe sua distribuição a regiões onde haja disponibilidade constante de água.


Já os répteis, embora também sejam ectotérmicos, possuem maior capacidade de termorregulação comportamental. Eles utilizam estratégias como a exposição ao sol para aquecer o corpo ou a busca por sombra e abrigo para se resfriar. Essa habilidade de controlar a temperatura de forma mais eficiente ampliou sua presença em ambientes áridos e quentes, onde anfíbios dificilmente sobreviveriam.




4. Outros aspectos:


Quanto à pele, os anfíbios possuem superfície úmida e permeável, frequentemente associada a glândulas que produzem substâncias mucosas ou tóxicas. Já os répteis possuem pele seca e resistente, recoberta por escamas que oferecem proteção mecânica e reduzem a perda de água.


No aspecto da circulação, os anfíbios têm coração com três cavidades (dois átrios e um ventrículo), o que permite certa mistura do sangue arterial e venoso. Nos répteis, em geral, o coração também possui três cavidades, mas o ventrículo é parcialmente dividido, reduzindo a mistura sanguínea; nos crocodilianos, há quatro cavidades, como em aves e mamíferos.


No comportamento e hábitos, os anfíbios são fortemente associados a ambientes aquáticos, sendo bioindicadores da qualidade ambiental devido à sua sensibilidade a poluentes. Os répteis, por sua vez, apresentam maior diversidade de habitats, podendo viver em desertos, florestas, rios e mares, com grande variedade de dietas e estratégias de sobrevivência.

 

 

Foto de uma serpente e um sapo

Répteis e Anfíbios: diversas diferenças.

 

 


 

Por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.


Publicado em 17/09/2025



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Bibliografia Indicada:

 

BARNES, R. D. Zoologia Geral. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.

 

https://www.objetivojuazeiro.com.br/wp-content/uploads/2015/10/R%C3%A9pteis-e-Anf%C3%ADbios.pdf

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