Bugio

 

O que é o bugio?

O bugio é um primata do gênero Alouatta, pertencente à família Atelidae. Popularmente conhecido por seu forte vocalizar que ecoa pelas matas, esse macaco é também chamado de guariba em diversas regiões do Brasil. É um dos maiores primatas da América do Sul e se destaca por seu comportamento social e pelo importante papel ecológico que exerce como dispersor de sementes.



Principais características físicas:


- Pelagem densa: o corpo do bugio é recoberto por uma pelagem espessa, que pode variar entre tons de vermelho, marrom, dourado ou preto, a depender da espécie.

- Cauda preênsil: possui uma cauda longa e musculosa, usada como um quinto membro para auxiliar na locomoção pelas copas das árvores.

- Mandíbulas robustas: os bugios apresentam mandíbulas fortes e uma região laríngea desenvolvida, permitindo a produção dos sons graves e potentes característicos do grupo.

- Dimorfismo sexual: em algumas espécies, como o bugio-ruivo, os machos são maiores e mais robustos do que as fêmeas, além de apresentarem coloração mais intensa.



Alimentação


Os bugios são animais predominantemente folívoros, ou seja, sua dieta é baseada principalmente em folhas. No entanto, também consomem frutos, flores e brotos. Como a digestão de folhas é mais lenta e demanda fermentação, seu metabolismo é adaptado à vida mais sedentária e de baixa atividade.



Reprodução


A reprodução do bugio é sazonal em algumas regiões, mas pode ocorrer durante todo o ano em áreas tropicais. O período de gestação dura cerca de seis meses e resulta, geralmente, no nascimento de um único filhote. O filhote é carregado pela mãe nos primeiros meses de vida e depende dela por um longo período, adquirindo independência gradualmente.



Habitat e distribuição geográfica


Os bugios habitam principalmente as florestas tropicais e subtropicais da América Central e América do Sul, com grande ocorrência na Mata Atlântica, na Floresta Amazônica e no Cerrado brasileiro. Preferem áreas florestadas contínuas, com dossel fechado, onde possam se locomover pelas copas das árvores e se alimentar com facilidade.



Comportamento


Os bugios vivem em grupos sociais compostos por até quinze indivíduos, geralmente formados por um ou dois machos e várias fêmeas com filhotes. Seu comportamento é marcadamente tranquilo, com longos períodos de descanso ao longo do dia. A vocalização é uma das características mais marcantes da espécie: os sons graves, emitidos principalmente pelos machos ao amanhecer e entardecer, servem para marcar território e evitar confrontos com outros grupos.



Principais espécies:


- Alouatta guariba
(bugio-ruivo): encontrado na Mata Atlântica, é conhecido pela pelagem avermelhada e pelo forte dimorfismo entre machos e fêmeas.

- Alouatta caraya (bugio-preto): comum no Brasil central, apresenta machos com pelagem preta e fêmeas com coloração dourada.

- Alouatta belzebul (bugio-de-mãos-vermelhas): habita a Amazônia oriental e é identificado por suas mãos e pés com tons avermelhados.

- Alouatta seniculus (bugio-vermelho): ocorre na região amazônica e na bacia do Orinoco, com pelagem em tons intensos de vermelho.

Alouatta guariba clamitans (bugio-marrom): subespécie do bugio-ruivo, vive na Mata Atlântica das regiões sul e sudeste do Brasil, apresenta pelagem marrom e sofre ameaças devido à destruição do habitat e doenças como a febre-amarela.




Curiosidades:


- O bugio é considerado um dos primatas mais barulhentos do mundo. Seu vocalizar pode ser ouvido a uma distância de até 5 quilômetros nas florestas.


- Durante surtos de febre-amarela, os bugios são vítimas frequentes da doença e acabam servindo como indicativos de alerta epidemiológico para as autoridades sanitárias.


Foto de um bugio marrom num galho de árvore
Bugio-marrom

 

 

 

 



Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.

Publicado em 30/08/2025



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Bibliografia Indicada:

 

BARNES, R. D. Zoologia Geral. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.

 

https://www.unochapeco.edu.br/ckfinder/userfiles/files/mam%C3%ADferos%20taxidermizados%203.pdf

 

 

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