O que são ervas?
As ervas são plantas vasculares de pequeno porte que apresentam caules flexíveis, geralmente não lenhosos, com ciclo de vida anual, bienal ou perene. Ao contrário das árvores e arbustos, que possuem tecidos lignificados que sustentam a estrutura por longos períodos, as ervas são compostas por tecidos mais moles, o que as torna mais suscetíveis a danos mecânicos e à dessecação, mas também permite maior plasticidade e crescimento rápido.
O termo “erva” é amplamente utilizado para descrever plantas de utilidade culinária, medicinal e ornamental, mas seu uso técnico é mais restrito ao aspecto morfofisiológico.
Principais características das ervas:
- Tamanho reduzido: geralmente não ultrapassam 1 metro de altura, embora existam exceções. O porte baixo facilita o acesso à luz solar em ambientes abertos.
- Caule herbáceo: o caule é fino, macio e pouco ou não lignificado, o que limita sua resistência estrutural, mas favorece o crescimento acelerado.
- Crescimento rápido: muitas espécies herbáceas possuem desenvolvimento acelerado, completando seu ciclo de vida em poucos meses.
- Curta duração do ciclo de vida: boa parte das ervas é anual ou bienal, embora existam ervas perenes, como algumas espécies tropicais e rizomatosas.
- Rebrota a partir de estruturas subterrâneas: espécies perenes costumam possuir rizomas, bulbos ou tubérculos, que permitem regeneração após períodos de estresse ou dormência.
- Diversidade funcional: muitas ervas produzem substâncias químicas com propriedades terapêuticas, aromáticas ou tóxicas, utilizadas para diferentes finalidades.
- Relevância ecológica: são fundamentais para a cobertura do solo, redução da erosão, fixação de nitrogênio (em algumas leguminosas) e como base alimentar de inúmeros animais herbívoros.
Tipos de ervas:
As ervas podem ser classificadas de acordo com critérios morfológicos, funcionais ou de uso humano. Abaixo, estão os principais tipos:
- Ervas alimentícias: são aquelas utilizadas na alimentação humana, tanto como temperos quanto como alimento principal. Incluem espécies como o coentro, a cebolinha, o manjericão e a salsinha.
- Ervas medicinais: conhecidas por conterem compostos bioativos com propriedades terapêuticas. Exemplo disso é a camomila (Matricaria recutita), utilizada para efeitos calmantes e anti-inflamatórios, ou a babosa (Aloe vera), amplamente empregada em dermatologia.
- Ervas condimentares: embora muitas vezes se confundam com as alimentícias, o foco dessas ervas está na adição de sabor e aroma aos alimentos. Exemplos incluem o orégano, o tomilho e o alecrim.
- Ervas daninhas: são espécies herbáceas que crescem espontaneamente em áreas cultivadas, competindo com culturas agrícolas. Embora indesejadas do ponto de vista agronômico, muitas delas possuem funções ecológicas importantes e até usos medicinais ou culinários pouco explorados.
- Ervas ornamentais: cultivadas pela beleza de suas flores, folhagens ou porte compacto. Dentre elas, destacam-se espécies como a lavanda, a petúnia e a tagetes.
- Ervas perenes: plantas herbáceas que vivem por mais de dois anos, muitas vezes entrando em dormência durante períodos desfavoráveis e rebrotando posteriormente. Exemplo: hortelã (Mentha spp.) e gengibre (Zingiber officinale).
- Ervas anuais e bienais: são espécies que completam seu ciclo de vida em um ano (anuais) ou dois anos (bienais). A rúcula e o manjericão são exemplos de ervas anuais; a cenoura e a salsa são exemplos de bienais.
Exemplos de ervas:
- Manjericão (Ocimum basilicum): muito utilizado na culinária, possui folhas aromáticas e propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
- Hortelã (Mentha spp.): erva perene de aroma intenso, empregada em chás, doces e cosméticos, com ação digestiva e refrescante.
- Alecrim (Salvia rosmarinus): planta lenhosa de pequeno porte, rica em óleos essenciais e usada como tempero e planta medicinal.
- Salsinha (Petroselinum crispum): herbácea bienal, muito empregada na culinária brasileira e fonte de vitaminas.
- Camomila (Matricaria recutita): tradicionalmente utilizada em infusões com efeito calmante e antiespasmódico.
- Dente-de-leão (Taraxacum officinale): erva com propriedades diuréticas e depurativas, consumida também em saladas.
- Erva-doce (Foeniculum vulgare): aromática, de uso culinário e medicinal, principalmente em problemas digestivos.
- Capim-limão (Cymbopogon citratus): utilizado em chás e como planta ornamental, com efeito relaxante e aroma cítrico.
- Rúcula (Eruca sativa): hortaliça de sabor levemente picante, rica em minerais e vitaminas.
- Urtiga (Urtica dioica): planta silvestre com ação anti-inflamatória e remineralizante, usada na medicina natural e na alimentação em algumas culturas.
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Erva-cidreira: também conhecida como capim-cidreira, é muito usada para fazer chá. Essa erva possui propriedades benéficas para o sistema digestório. |

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Lavanda: erva muito utilizada na produção de cosméticos |
Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.
Atualizado em 01/09/2025