Esôfago

Localização e estrutura do esôfago

O esôfago é um órgão tubular do sistema digestório localizado entre a faringe e o estômago. Estende-se da parte inferior da garganta até o abdômen, atravessando o tórax e o diafragma. Mede aproximadamente 25 centímetros em adultos e possui paredes musculares revestidas internamente por mucosa. Sua principal função é transportar o alimento da boca até o estômago.

Camadas da parede esofágica

A parede do esôfago é composta por quatro camadas principais: mucosa, submucosa, muscular e adventícia. A mucosa é a camada interna que entra em contato com os alimentos e secreta muco para facilitar o deslizamento. A submucosa contém vasos sanguíneos e nervos. A camada muscular é responsável pelos movimentos peristálticos. A adventícia é a camada externa que fixa o esôfago às estruturas vizinhas.

Movimentos peristálticos

Os movimentos peristálticos são contrações rítmicas da musculatura esofágica que impulsionam o bolo alimentar em direção ao estômago. Essas contrações ocorrem de forma involuntária e coordenada, começando na parte superior e se propagando ao longo do tubo. Esse mecanismo garante o transporte eficiente do alimento, mesmo que o indivíduo esteja deitado ou de cabeça para baixo.

Esfíncteres esofágicos: superior e inferior

O esôfago possui dois esfíncteres: o esfíncter esofágico superior (EES) e o esfíncter esofágico inferior (EEI). O EES controla a entrada do alimento proveniente da faringe e impede o retorno do conteúdo esofágico. O EEI regula a passagem para o estômago e impede o refluxo do conteúdo gástrico. Ambos atuam como válvulas fisiológicas, abrindo-se no momento apropriado e mantendo-se fechados em repouso.

Inervação do esôfago

A inervação do esôfago é realizada pelo sistema nervoso autônomo. O nervo vago (par craniano X) é o principal responsável pela coordenação da motricidade esofágica. Ele envia sinais que controlam os movimentos peristálticos e a abertura dos esfíncteres. A musculatura lisa do terço inferior do esôfago é particularmente sensível à ação do sistema parassimpático.

Vascularização do esôfago

O esôfago é irrigado por artérias esofágicas que se originam da aorta torácica, das artérias tireoidianas inferiores e das artérias gástricas. A drenagem venosa é realizada pelas veias esofágicas, que se conectam com o sistema da veia porta e com o sistema da veia cava superior. Essa vascularização garante a nutrição das camadas do esôfago e participa da termorregulação local.

Revestimento mucoso e secreção de muco

A mucosa esofágica é composta por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, adaptado ao atrito provocado pela passagem do alimento. As glândulas mucosas da submucosa secretam muco, que age como lubrificante, reduzindo o atrito e facilitando o deslocamento do bolo alimentar. Essa proteção também previne danos mecânicos e químicos à parede do esôfago.

Diferença entre esôfago e traqueia

O esôfago pertence ao sistema digestório, enquanto a traqueia é parte do sistema respiratório. Ambos localizam-se na região cervical e torácica, mas exercem funções distintas. A traqueia é um tubo cartilaginoso à frente do esôfago que conduz o ar aos pulmões. O esôfago, por sua vez, conduz o alimento ao estômago. Durante a deglutição, a epiglote fecha a entrada da traqueia para evitar que o alimento siga para o sistema respiratório.

Passagem do bolo alimentar pelo esôfago

A deglutição ocorre em três fases: oral, faríngea e esofágica. Na fase esofágica, o bolo alimentar entra no esôfago, onde é conduzido por movimentos peristálticos até o estômago. Essa etapa é involuntária e rápida, durando cerca de 6 a 10 segundos. A coordenação entre músculos, nervos e esfíncteres garante o deslocamento eficiente do alimento sem retorno.

Adaptações funcionais do esôfago

O esôfago apresenta adaptações que o tornam apto ao seu papel no processo digestivo. A musculatura estriada no terço superior permite maior controle voluntário no início da deglutição. A presença de glândulas mucosas facilita a lubrificação. O epitélio resistente ao atrito protege contra danos físicos. Tais características garantem o transporte seguro e contínuo do alimento até o estômago.

Saiba mais:

Obtenha mais dados e informações sobre o esôfago no site do Instituto Oncoguia.

Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.

Revisado e atualizado em 26/07/2025